As autoridades aeronáuticas guineense e são-tomense retiraram as licenças de operação à companhia aérea Air Luxor, na sequência dos problemas com os voos para aqueles dois países africanos, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte do sector.
«As autoridades da Guiné-Bissau e de São Tomé já retiraram a licença à Air Luxor», garantiu a fonte.
O órgão regulador do sector aéreo em Portugal, o INAC, tinha já afirmado que as duas rotas são asseguradas por empresas cujos capitais são maioritariamente desses países, a Air Luxor STP e a Air Luxor GB, pelo que não estão dentro da sua área de actuação.
No entanto, O INAC (Instituto Nacional da Aviação Civil) deverá tomar até sexta-feira uma decisão sobre a renovação ou cancelamento do Certificado de Operador Aéreo (COA) à transportadora portuguesa, devido às alterações na estrutura accionista verificadas no início de Julho.
O grupo Mirpuri anunciou há dois meses a venda da Air Luxor a um grupo de investidores luso-canadianos, agrupados sob a designação de Longstock Finantial, que quiseram manter o anonimato.
Na quarta-feira, a Longstock Financial, que desde então controla a Air Luxor, anunciou a suspensão das rotas regulares da companhia aérea para a Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, as únicas que a transportadora opera, e depois de sucessivos adiamentos dos voos marcados.
A suspensão das rotas deixou um número indeterminado de passageiros retidos em Lisboa, São Tomé e Guiné, sem possibilidades de ligação, embora a Air Luxor tenha garantido a devolução do valor dos bilhetes.
Em comunicado, a decisão é justificada pela «difícil situação financeira» das filiais da Guiné e São Tomé, além da «ausência de aviões próprios e o incumprimento de um contrato de terceiros para o aluguer de aviões que permitiriam o manutenção das rotas».
A sociedade afirma que «decidiu reduzir as empresas à sua actividade mínima, com vista ao seu saneamento financeiro, reestruturação e aprovação de um plano de negócios».
A Air Luxor tem vindo a adiar e cancelar desde 05 de Setembro voos para São Tomé e Guiné-Bissau.
No comunicado divulgado na quarta-feira, a Longstock afirma pretender «retomar a actividade normal logo que seja normalizada a situação das frotas das companhias».
As companhias que habitualmente garantiam o aluguer de aviões à Air Luxor, como a EuroAtlantic e a White, estão a recusar-se a fornecer aparelhos sem pagamento prévio.
Os dois únicos aviões que a companhia detém foram na semana passada arrestados em Paris, por incumprimento dos pagamentos do contrato de «leasing».