Portugal continua a falhar as metas definidas para a reciclagem: apenas oito por cento dos lixos domésticos tem por destino a reciclagem, os outros continuam a ir parar aos aterros. Isto representa um atraso de 10 anos em relação ao espaço comunitário.
Os objectivos foram fixados pelo Governo no Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos, elaborado em 1997, que tem metas específicas até 2005, como exemplo acabar com lixeiras a céu aberto e ilegais e apostar na recolha selectiva de lixo.
Mas os dados revelados agora indicam que a maioria dos lixos domésticos, mais de três milhões de toneladas, continua a ir para os aterros. Apenas 385 mil toneladas foram para a reciclagem, o que representa oito por cento do total produzido.
Para Rui Berkemeier, da Quercus, Portugal falhou objectivos e metas que eram executáveis. «Em 2005 previa-se que 25 por cento dos resíduos seriam compostados: os orgânicos seriam utilizados na agricultura e os outros reciclados», explica o especialista.
«Infelizmente os dados indicam que a maior parte dos resíduos vão para os aterros - cerca de 75 por cento - e apenas uma pequena parte vai para reciclagem ou compostagem», lamenta Berkemeier.
Portugal falhou assim as metas internas apresentadas a Bruxelas, e embora não se conheça qualquer sanção comunitária, a Quercus defende que a prioridade do actual Governo para o novo plano passe pelo aumento da recolha selectiva de lixo e pela «aposta em unidades de tratamento mecânico e biológico de lixos, que permite uma grande reciclagem de lixo e de compostagem», diz Berkemeier.