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Militar detido fica em prisão preventiva

Um dos três militares que foi detido na quarta-feira por suspeita de corrupção relacionada com contratos de reequipamento da marinha ficou em prisão preventiva. Os outros dois militares foram suspensos da função pública, ao passo que dois empresários também envolvidos no caso foram obrigados a um pagamento de caução.

Um dos três militares que foram detidos na quarta-feira, juntamente com dois civis, por suspeita de crimes de corrupção relacionados com contratos de reequipamento da marinha ficou em prisão preventiva.

O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decretou ainda a suspensão de função pública aos outros militares, tendo os outros dois arguidos do caso, ambos empresários, sido libertados mediante o pagamento de uma caução.

Segundo um comunicado distribuído à porta do tribunal, a um foi aplicada uma «caução económica no valor de 300 mil euros e a obrigação da apresentação semanal», ao passo que ao outro empresário foi aplicada uma caução de 75 mil euros e também a «obrigação de apresentação semanal».

Os cinco arguidos foram interrogados um a um desde o início da tarde de quinta-feira, tendo as medidas de coacção sido anunciadas pelas 5:30 da manhã desta sexta-feira, o que desagradou a António Pinto Pereira, um dos advogados dos arguidos deste processo.

«As pessoas estão dois ou três dias à espera de serem ouvidas. Estão desde as 8:00 nas instalações da Polícia Judiciária e depois estão ouvidas na madrugada quase dois dias depois», explicou.

António Pinto Pereira, que entende que o facto de pessoas serem interrogadas às 6:00 é «atentatório da própria dignidade da Justiça», criticou também o facto de todos os meios de comunicação falarem sobre um caso que está «numa fase de investigação em que as pessoas detidas nem sequer foram ouvidas».

«Sabíamos pelas televisões quais eram as horas dos interrogatórios, Houve manobras censuráveis que não abonam a Justiça», acrescentou o causídico, que prometeu uma tomada de posição «designadamente a essa fuga de informação que é totalmente inadmissível».

Segundo o «Correio da Manhã», estes arguidos são suspeitos de corrupção em contratos celebrados com uma empresa privada para a manutenção dos mísseis que equipam as três fragatas da classe «Vasco da Gama».

Entre estes arguidos estão dois capitães-de-fragata, um sargento que pertencia à Direcção de Abastecimentos e dois empresários, um português e outro de nacionalidade estrangeira.

Redação