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CE pode obrigar à inclusão de avisos semelhantes aos do tabaco

A Comissão Europeia poderá vir a obrigar à inclusão nos rótulos de bebidas alcoólicas de avisos semelhantes aos dos maços de tabaco. O porta-voz do Comissário para a Saúde diz que ainda não há certeza sobre esta medida, que preocupa alguns industriais do sector.

A Comissão Europeia está a preparar uma comunicação sobre os malefícios do abuso do álcool, que poderá incluir a introdução nos rótulos das bebidas de um aviso semelhante aos dos maços de tabaco.

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do Comissário para a Saúde e Protecção dos Consumidores explicou que ainda não está decidido se a introdução destes alertas nos rótulos será uma das medidas previstas.

«A comunicação irá delinear opções políticas para reduzir os danos causados pelo abuso do álcool», adiantou Philip Tod, que esclareceu que a Comissão não põe ao msmo nível o consumo de álcool e de tabaco.

O porta-voz do comissário Markus Kyprianou, que recordou que o consumo moderado do álcool «não envolve nenhum risco para a saúde pública», frisou que a preocupação da Comissão é apoiar os esforços dos 25 no combate ao abuso do álcool.

«O abuso do álcool mata quase 200 mil pessoas por ano na União Europeia e é uma das causas de 10 mil mortes em acidentes rodoviários por ano», concluiu Tod, que adiantou que a medida a tomar pela Comissão até final do Outono destina-se a atender repetidos pedidos feitos pelo Conselho de Ministro da Saúde.

Em declarações também à agência Lusa, António Soares Franco, da Associação de Comerciantes e Industriais de Bebidas Espirituosas e Vinhos, confirmou que as «medidas estão a ser negociadas».

Este representante da ACIBEV defendeu que não é com «atitudes fundamentalistas que se vão educar as pessoas», considerando que cabe «à industria e ao Estado elucidar as pessoas sobre os malefícios do abuso do álcool».

Soares Franco adiantou ainda que «meter o tabaco e o álcool no mesmo saco é um péssimo princípio porque o primeiro cigarro faz logo mal e com o álcool não se passa isso».

Indêntica posição tem a federação que representa as adegas cooperativas que entende que a introdução desses avisos «não faz qualquer espécie de sentido, porque não tem pés nem cabeça a comparação com o cigarro».

«O vinho faz comprovadamente bem à saúde e o cigarro comprovadamente faz mal», frisou o secretário-geral da Fenadegas, Costa e Oliveira, que defende que as «recomendações são bem-vindas».

Redação