vida

Escolas portuguesas têm Internet, mas faltam computadores

Nove em cada dez escolas portuguesas têm acesso à Internet, mas o país está na cauda da Europa em termos do número de computadores nos estabelecimentos de ensino, segundo um relatório da Comissão Europeia divulgado esta sexta-feira.

De acordo com o documento, que analisa o uso de computadores e Internet nas escolas em 2006, 92 por cento dos estabelecimentos de ensino em Portugal têm acesso à Internet, mas o número de computadores existentes não chega sequer a um por cada 15 alunos.

Apesar de quase todas as escolas portuguesas terem Internet, só três em cada quatro (73 por cento) dispõem de uma ligação em Banda Larga.

A nível da Internet de alta velocidade, o país ultrapassa ligeiramente a média da União Europeia (UE), ocupando o 16º lugar entre os 27 países analisados (25 da UE, mais a Noruega e a Islândia), muito atrás da Dinamarca, Estónia, Malta, Holanda e Islândia, todos acima dos 90 por cento.

Finlândia, Noruega, Suécia, Eslovénia, Espanha, Hungria, Luxemburgo, Reino Unido, França e Bélgica estão igualmente à frente de Portugal na percentagem de escolas com Internet de Banda Larga, considerada pela Comissão Europeia como «uma das mais importantes alavancas da competitividade económica e social».

Ainda assim, este é dos poucos indicadores do estudo em que Portugal figura acima da média europeia, encontrando-se nos últimos lugares a nível do número de computadores nas escolas.

Por cada 100 alunos, existem apenas 5,4 computadores em Portugal, um valor que corresponde a quase metade do registado na média da UE, fixada em dez computadores, e o terceiro mais baixo entre os 27 países analisados, só à frente da Letónia e da Lituânia.

De acordo com o estudo, os professores portugueses são dos que têm menos condições para usar os computadores na sala de aula, um indicador que mede a competência informática, a motivação e o acesso ao equipamento.

Só um quarto dos docentes portugueses têm suficiente acesso à Internet na escola, competência para usar o computador na sala de aula e motivação para o fazer, um valor muito abaixo da média europeia, fixada em 38 por cento, que coloca o país em 22º lugar, a par da Espanha e só à frente da Grécia, França, Islândia e Letónia.

Mesmo não reunindo todos os requisitos analisados, 69 por cento dos professores em Portugal utilizaram computadores na sala de aula no último ano, um valor igualmente abaixo da média europeia.

Por isso, a Comissão Europeia salienta que «são necessárias medidas políticas em Portugal para alcançar uma drástica melhoria do número de computadores nas escolas e da qualidade do equipamento, assim como das competências informáticas dos professores».

Redação