O Ministro do Trabalho e Solidariedade Social anunciou este domingo o projecto de alargamento da rede de equipamentos sociais, como creches e lares, mas reconheceu que será insuficiente para responder às necessidades. Vieira da Silva salientou ainda a importância do voluntariado no apoio aos idosos.
Durante a cerimónia de comemoração do Dia Internacional do Idoso, que se realizou este domingo no Centro de Dia da Quinta das Flores, em Lisboa, Vieira da Silva, realçou o empenho do Governo em alargar equipamentos de apoio social.
«Estamos empenhados no alargamento de equipamentos de apoio social. Infelizmente não vamos atingir nos próximos anos os valores que gostaríamos, mas vamo-nos aproximar», disse.
«Até 1009 vamos aumentar até 10 por cento os equipamentos sociais na área da infância, dos idosos e deficientes», afirmou Viera da Silva, acrescentando que a prioridade vai para as creches, centros de dia, apoio domiciliário e lares.
Com uma «taxa de cobertura mais forte no interior e mais fraca nas regiões metropolitanas», os lares apoiados pelo Estado que existem actualmente conseguem dar resposta a 10 por cento da população com mais de 65 anos, segundo dados revelados hoje pelo governante.
No entanto, Viera da Silva sublinhou que a solução ideal para os idosos é ter apoio do trabalho voluntário. Numa segunda fase, devem servir-se dos Centros de Dia e, só em último recurso, recorrerem aos Lares.
Para comemorar o Dia Internacional do Idoso, Viera da Silva escolheu visitar as instalações de um centro de dia da Santa Casa da Misericórdia para falar sobre voluntariado.
«Hoje quisemos valorizar uma das mais importantes formas de lutar contra o isolamento: o voluntariado», sublinhou Viera da Silva, lembrando que existem «demasiados idosos isolados, sem qualquer acompanhamento».
Segundo dados estatísticos recolhidos pela Associação Vida, junto do Instituto Nacional de Estatísticas, Ministério da Saúde, Eurostat e OCDE, mais de metade dos portugueses que vivem sós (58 por cento ou cerca de 321 mil pessoas), têm idade igual ou superior a 65 anos.
Defensor de que o trabalho de voluntariado deve nascer de «forma espontânea», o ministro disse que é, no entanto, necessário «certificar a vontade e dar formação às pessoas para que possam prestar os serviços com maior eficácia».
Por isso, está a ser desenvolvida uma Rede Nacional de Voluntariado, que dentro de dois anos deverá abranger metade dos municípios portugueses, disse.
«Já que existe em Portugal uma estrutura de coordenação de acção social que envolve quase todos os municípios do país, queremos estimular para que a rede seja promotora de mais acções de solidariedade», defendeu.
Segundo um estudo da União Europeia divulgado sexta-feira, os europeus com mais de 65 anos deverão duplicar entre 1995 e 2050, sendo Portugal um dos países onde as pessoas têm menos expectativas de ter uma vida saudável após os 65 anos.