O presidente da Câmara de Santo Tirso e de Espinho não concordam com as conclusões da equipa de peritos que propõe o encerramento dos serviços de urgência de 14 hospitais, onde se incluem estes dois casos.
O projecto para a reorganização dos serviços de urgência já foi contestado por dois autarcas do PS, com o presidente da Câmara de Santo Tirso e de Espinho a discordarem das conclusões da equipa de peritos que propõe o encerramento dos serviços de urgência de 14 hospitais.
O relatório prevê o encerramento de cinco serviços de urgência no norte do país, sendo Santo Tirso um dos casos.
Neste âmbito, o presidente da autarquia, Castro Fernandes, contesta a proposta, lembrando que, ainda há poucos meses, o Ministério da Saúde dava uma indicação diferente.
«Foi-me enviada uma carta pelo Ministério da Saúde, em Julho, referindo que Santo Tirso vai integrar o novo Centro Hospitalar Santo Tirso-Famalicão e que, por outro lado, vão ser feitas obras para melhorar o nosso hospital, nomeadamente no serviço de urgências», disse.
«Estou convicto de que vai prevalecer aquilo que me foi comunicado há poucos dias em detrimento daquilo que a comissão de peritos vem agora dizer», acrescentou, sublinhando que não admite outro cenário.
Na região centro, a comissão de peritos propõe o encerramento de sete urgências, sendo uma delas do Hospital de Espinho.
Também neste caso, o presidente da Câmara, José Mota, apresentou argumentos, contestando o fecho dos serviços.
«Espinho é uma cidade de turismo, onde passam por dia cerca de 1300 pessoas, é uma zona balnear para a qual vêm todos os dias gente dos concelhos vizinhos, pelo que não pode ser vista de ânimo leve por uns senhores que se sentam à volta de uma mesa num gabinete algures em Lisboa», afirmou.
O autarca disse ainda estar convencido de que estes argumentos «são fortes» para manter aberto o serviço de urgências do hospital, tendo em conta que «o sr. ministro é uma pessoa séria e inteligente».
O Movimento dos Utentes dos Serviços de Saúde também já expressou o desagrado com o fecho dos serviços de urgência, realçando que o projecto governamental vai «tirar cada vez mais direitos aos cidadãos e abrir caminho aos hospitais privados».