A Associação dos Profissionais da Guarda diz que a aplicação das ideias do estudo sobre a reorganização da GNR poderão vir a descaracterizar esta polícia. O presidente José Manageiro está em especial contra a extinção das Brigadas de Trânsito e Fiscal.
O presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG) entende que se corre o risco de se descaracterizar a GNR caso o Governo leve avante as ideias do estudo que encomendou sobre a reestruturação deste corpo de polícia.
Em declarações à TSF, José Manageiro considera que a extinção das Brigadas de Trânsito e Fiscal da Guarda não são mais do que uma «revolução» desnecessária, embora admita que é necessário fazer algumas remodelações na GNR.
«Todos nós reconhecemos a necessidade de a GNR ter alguns ajustamentos no seu dispositivo por forma a torná-lo mais leve e mais próximo do cidadão, mas naturalmente essa reestruturação a verificar-se não deve descaracterizar a Guarda Nacional Republicana», explicou.
No que toca às Brigadas de Trânsito e Fiscal, o dirigente da APG considera-as «muito especiais com dimensão nacional» e por isso a sua extinção poderia colocar em risco o policiamento de proximidade.
Em declarações à agência Lusa, José Manageiro explicou ainda que «não pode haver polivalência que comprometam a especialização», porque não se pode num dia «apoiar uma idosa para no dia a seguir lhe multar o carro ou condená-la por fuga ao fisco».
Por outro lado, o presidente da APG mostrou-se de acordo com o fim das brigadas territoriais para que se possa aumentar a operacionalidade e com a diminuição da estrutura orgânica proposta pelo estudo encomendado pelo Governo.
Este documento sugere que os agentes das brigadas territoriais fiquem dependentes do Comando Geral, o que coloca fim à duplicação de tarefas.
Também em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança entende que este estudo representa «mais uma revolução do que uma reestruturação».
Apesar de não querer comentar o estudo «porque o Gabinete não se pode pronunciar sobre coisas hipótéticas», Leonel de Carvalho sempre foi dizendo que «nenhuma instituição deve continuar sem evoluir».
Na sua opinião, qualquer reestruturação que «tenha mais a ver com mais eficácia na acção e melhor coordenação dos meios é sempre positiva».
Leonel de Carvalho aproveitou ainda para considerar que este estudo, que acompanhou, mas ao qual não teve acesso, é uma «iniciativa óptima» do Governo.
Segundo o «Público», esta reorganização está na origem de um encontro entre o Ministro da Administração Interna, António Costa, e o Comandante-geral da GNR, Mourato Nunes, devendo o dirigente máximo da Guarda apresentar uma proposta alternativa a este estudo.