O ministro da Saúde, Correia de Campos, considerou despropositado falar-se em desfiguração do Sistema Nacional de Saúde com a introdução de taxas de utilização nos internamentos e cirurgias. No parlamento, a oposição contra-atacou e previu que, em 2007, se esteja «no osso».
O ministro da Saúde considerou que a introdução de taxas de utilização nos internamentos e nas cirurgias de ambulatório não vão desfigurar o Sistema Nacional de Saúde (SNS), tal como diz a oposição.
«Estamos a desfigurar o SNS com 0,9 por cento de co-pagamentos em que se isenta 55 por cento das pessoas? Haja moralidade na discussão», afirmou Correia de Campos perante os deputados no Parlamento.
Também no parlamento esteve o secretário de Estado da Saúde, que insistiu nas ideias do Governo, que disse estarem a permitir a contenção da despesa «dentro dos limites previstos».
«A nossa previsão para o final do ano é um crescimento da despesa do exercício de 2,4 por cento e esta é já uma previsão conservadora e prudente, uma vez que os números em Junho mostram um aumento de apenas um por cento», adiantou Francisco Ramos.
O deputado comunista Bernardino Soares ripostou de pronto dizendo que o Governo não está a «cortar gordura, mas músculo».
«Cada vez mais falta o músculo para que o SNS tenha capacidade para dar uma resposta enérgica às necessidades de saúde das populações», acrescentou.
Quem também não ficou satisfeito com as explicações do Governo foi o parlamentar do Bloco de Esquerda, João Semedo, que previu que, em 2007, «estejamos no osso».
«Creio que não seria isso que os portugueses estariam à espera de um governo do PS», concluiu.