O papa Bento XVI recebeu esta sexta-feira em audiência, pela primeira vez, o Dalai Lama, líder espiritual budista do Tibete. O encontro ocorreu depois de uma reunião com Sílvio Berlusconi e não constava da agenda oficial do papa Bento XVI.
O encontro realizou-se depois de Bento XVI ter recebido o presidente do governo italiano, Romano Prodi, com quem abordou «as relações bilaterais entre a Santa Sé e a República italiana», e particularmente sobre «bioética e defesa e promoção da vida e da família», segundo um comunicado do Vaticano.
O Vaticano não adiantou quaisquer pormenores sobre o encontro entre Bento XVI e o Dalai Lama, que nem sequer figurava na agenda oficial do Papa.
O encontro foi o primeiro do Dalai Lama com o novo Papa e ocorreu num momento importante do diálogo inter-religioso.
O líder espiritual budista do Tibete deslocou-se a Roma para receber um doutoramento "honoris causa" em Biologia por uma universidade da capital italiana.
O Dalai Lama encontrou-se cinco vezes com o Papa anterior, João Paulo II, no Vaticano, em 1980, 1982, 1986, 1988 e 1990.
Tenzin Gyatso, 71 anos, décimo quarto Dalai Lama do Tibete, nasceu a 06 de Julho de 1935, em Taktser, nordeste do Tibete, começou a sua educação monástica aos 16 anos e aos 23 alcançou o título de Geshe Lharampa (doutor em Filosofia budista).
Em 1950, assumiu o poder político do Tibete, depois da invasão da China, em 1949.
Depois da repressão por parte das tropas chinesas do levantamento tibetano, o Dalai Lama foi obrigado a fugir e a exilar-se em Dharamsala, no norte da Índia.