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Governo vai apresentar nova proposta aos professores

O Governo vai apresentar uma nova proposta de revisão do Estatuto da Carreira Docente, afirmou no Fórum TSF o secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, na véspera de mais uma greve de professores.

O secretário de Estado adjunto da Educação deixou no Fórum TSF indicação de que uma nova proposta vai ser entregue aos sindicatos.

Jorge Pedreira salientou, no entanto, que há princípios dos quais o ministério não abdica.

«Os sindicatos podem estar à espera de mais uma proposta do Governo que será a última e terá uma aproximação às posições dos sindicatos, mas não aguardem transigências em questões de princípio», adiantou.

O responsável lembrou que é preciso «dar os meios às escolas para se organizarem devidamente» e que o Governo não vai recuar no que se refere a «um instrumento de avaliação e distinção rigorosa entre professores».

A questão da avaliação de desempenho é um dos pontos que o ministério da Educação mantém na proposta. Jorge Pedreira afirma que ficou decepcionado com a atitude dos sindicatos no que respeita a esta matéria.

«Fiquei bastante desiludido com algumas das respostas das associações sindicais, porque me pareceu que a sua capacidade de se aproximarem relativamente a esta ideia fundamental de mais exigência não irá muito longe», adiantou.

O sindicalista António Avelãs, em nome da Plataforma Sindical, considera que a proposta actual é inaceitável, salientando que há critérios de avaliação que podem criar situações injustas.

«O modo de avaliação dos professores é feito através do número de alunos que passaram ou reprovaram. Parte-se do princípio que as escolas estão todas na mesma situação, o que é errado», afirmou.

O dirigente sindical avança exemplos para explicar as diferenças ao nível dos estabelecimentos de ensino que se reflectem no desempenho dos alunos.

«Os meus colegas da escola Marquês de Pombal aqui em Lisboa ficam com os alunos que outras escolas não querem, exigir que estes professores tenham o mesmo sucesso de escolas que só aceitam alunos que no 9ª ano tenham média de 4 ou 5 é injusto», defendeu.

«O maior ou menor sucesso do professor não pode ser critério de avaliação, não é a mesma coisa trabalhar em bairros muito complicados ou aqui nas escolas do centro de Lisboa», prosseguiu.

A Plataforma que junta os sindicatos de professores avança já amanhã para uma greve de dois dias.

Redação