As cozinhas das cantinas do ensino pré-escolar têm falta de higiene na confecção dos alimentos. Por outro lado, as refeições acusam pouca presença de peixe e legumes. As conclusões são de um estudo da Deco.
A Deco publica na revista ProTeste de Novembro os resultados das visitas que efectuou a 30 estabelecimentos com ensino pré-escolar no Grande Porto e Grande Lisboa.
A associação de defesa dos consumidores detectou como principais problemas a falta de «higiene dos utensílios e das instalações das cantinas», pelo que apela à fiscalização eficaz da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.
Entre as principais razões de queixa da Deco estão as más condições de manipulação de alimentos e a falta de lavagem adequada dos pratos, colheres, garfos e mãos dos funcionários que estão em contacto com a comida. Mas não é só.
«Encontrámos contentores de lixo sujos e destapados, portas, paredes, tecto, pavimento e armazéns num estado de sujidade inaceitável, os próprios sanitários que foram analisados em alguns casos estavam sujos», salientou Dulce Ricardo, uma das coordenadoras do estudo.
A responsável explicou ainda à TSF que estavam a ser utilizados panos com aspecto pouco recomendável e salientou que «em algumas escolas não era feita a verificação das temperaturas nos produtos refrigerados na altura da refeição».
Dulce Ricardo alerta ainda para «a falta de redes nas janelas e nas portas de acesso ao exterior, que evitam a entrada de pragas, bem como, em caso de quebra, a protecção nas lâmpadas».
Em relação às refeições servidas nestas cantinas, a Deco considera ser necessário lavar melhor as saladas e que «o peixe e os legumes continuam a estar pouco presentes», enquanto as carnes vermelhas, como vaca e porco, «continuam a ter uma oferta excessiva».
De qualquer forma, a Deco reconhece alguns progressos em relação ao ano passado.
«Verificamos que está a ser feito um esforço por parte das instituições em comparação com o último estudo efectuado a menus escolares e esse esforço nota-se, porque há uma correcta utilização de fritos, uma redução do uso de batatas fritas e de doces como sobremesa», afirmou Dulce Ricardo.
Segundo o estudo, alguns problemas surgem, nomeadamente ao nível da limpeza, por «incumprimento dos requisitos mínimos» e resultam «do desconhecimento dos funcionários». Por isso a associação de defesa do consumidor aconselha que as direcções das escolas promovam acções de formação.