A Apifarma classifica de incompreensível e gravosa a decisão do governo de baixar novamente o preço dos medicamentos. Uma medida, diz a indústria farmacêutica, que pode resultar no encerramento de algumas empresas.
As farmácias vão perder, em dois anos, 1,75 por cento da margem de lucro devido às medidas definidas pelo actual Governo para a área do medicamento, uma redução que os proprietários destes estabelecimentos lamentam e vão tentar travar.
A margem de lucro dos farmacêuticos era de 20 por cento até 2005, quando o ministro da Saúde, António Correia de Campos, mudou as regras no sector e definiu que a margem passaria para 19,15 por cento.
No próximo ano, e de acordo com a proposta de Orçamento de Estado para 2007, esta margem vai sofrer uma nova diminuição, passando para 18,25 por cento.
Esta nova redução é, na opinião do presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), «inaceitável».
Para João Cordeiro, que falava durante a sessão de abertura do 8º Congresso Nacional das Farmácias, que decorre em Lisboa com o lema "Farmácia - Visão e Competência", trata-se de uma «solução inesperada e que agrava, em prejuízo das farmácias, as injustiças do regime de formação de preços em vigor».
Na mesma linha, a Apifarma fala em «asfixia económica» imposta pelo governo. Isabel Saraiva, directora executiva, garante que esta redução de seis por cento não faz, nesta esta altura, qualquer sentido.
«O orçamento do Ministério da Saúde está controlado. Nós ajudámos, em 2006, a esse controlo, por isso não faz sentido esta nova redução que vai, com certeza, implicar o encerramento de algumas empresas [da indústria farmacêutica]», salientou.