Grande parte dos bombeiros voluntários de Braga demitiram-se dos seus postos, na sequência de desentendimentos com o comandante da corporação. Setenta e três bombeiros saíram, ficando a corporação reduzida a apenas 28 elementos.
Setenta e três bombeiros voluntários de Braga apresentaram a demissão em protesto contra o comandante da corporação, que os membros desta corporação acusam de estar a chantagear, a agredir verbalmente e noutras situações a não falar com o corpo activo que até agora tinha 122 elementos.
Emocionados e em lágrimas, Fernando Gonçalves e João Cunha, dois dos bombeiros demissionários, recordaram as noites perdidas ao serviço da corporação e as vezes em que deixaram os filhos doentes para prestar serviços a favor da população.
Em comunicado, os bombeiros apresentaram 19 razões para deixarem a corporação, entre as quais figurava a colocação sob escuta do telefone por parte do comandante sem que o corpo activo tivesse conhecimento da situação.
O comandante António Cerqueira refuta esta acusação em particular dizendo que as gravações servem «para se saber, por exemplo, quando é que uma chamada pedindo socorro chegou ao quartel».
Após a saída destes bombeiros, a corporação de Braga ficou reduzida a 12 voluntários e 16 assalariados, o que, segundo os bombeiros, leva a corporação a não ter resposta para as solicitações.
Apesar das 73 saídas, o comandante dos bombeiros de Braga, que admitiu que «ninguém gosta de uma situação destas», lembrou que ainda «tem muita gente com quem trabalhar» e que o «passado é passado».
«Vamos abrir uma nova escola e quero dizer aqui à cidade e aos bracarenses que asseguraremos toda a continuidade, quer dos bombeiros quer da segurança da cidade», explicou António Cerqueira.
Em declarações à TSF, o presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Braga, António Machado, considerou que a segurança nas situações de socorro continua garantida, até porque é preciso não esquecer que existem também os bombeiros municipais da cidade.