A ministra da Educação foi, esta manhã, recebida em Vila do Conde por um ruidoso coro de protestos de alunos do secundário. Centenas de estudantes concentraram-se em frente à câmara para contestarem as aulas de substituição e as mudanças nos exames do 12ª ano.
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, garante que as mudanças nos exames do 12ª ano têm por objectivo dar oportunidades iguais a todos os estudantes.
Daniel Seabra, um dos estudantes que esteve no protesto explicou as preocupações destes jovens.
«Os alunos que estão a fazer novamente o 12º ano, porque reprovaram ou estão a melhorar notas, não têm nenhuma informação sobre as provas de ingresso no próximo ano. As faculdades não nos sabem dar informações porque fazemos parte de um plano antigo», explicou.
Daniel Seabra adiantou ainda que os estudantes estão contra as aulas de substituição, porque não consideram que esta estratégia seja a melhor para «estimular os alunos para a vida escolar».
«Devia ser incentivada a assiduidade, criatividade e forma de estudar para que possamos exigir competência», acrescentou.
Os estudantes esperaram à porta da Câmara de Vila do Conde para que a ministra da Educação ouvisse os protestos.
Em declarações aos jornalistas, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou que as aulas de substituição não servem para «tomar conta de crianças», mas para preparar os alunos para provas exigentes.
«Tenho tomado conhecimento pelos alunos de que há uma insatisfação sobre a forma como as aulas de substituição estão a ser organizadas. Temos que fazer um trabalho com os Conselhos Executivos no sentido de assegurar que as aulas de substituição têm qualidade», afirmou.
A ministra da Educação confirmou ainda as alterações nos exames do 12º ano.
«Fizemos um trabalho técnico que demorou um mês e meio de análise dos curriculuns, dos programas para determinar as matérias comuns de modo a que possa haver um único exame para cada uma das disciplinas e os alunos possam concorrer, ser seriados e avaliados em efectiva igualdade de oportunidades», explicou.
Já no final deste ano lectivo, as provas às nove disciplinas comuns da duas reformas curriculares vão ser iguais para os alunos dos programas novo e antigo.
O despacho da ministra sobre os exames do 12º ano já foi enviado para publicação no Diário da República.
Maria de Lurdes Rodrigues afirmou ainda que não está nos planos do Governo acabar com as pausas lectivas, como afirmaram os sindicatos, porque as considera essenciais para o trabalho de planeamento e avaliação.