Investigadores portugueses desenvolveram um método que ajudará a detectar com mais rigor o cancro da mama. O método, complementar à mamografia e à ecografia, pode evitar biopsias desnecessárias.
Na tentativa de ajudar ao diagnóstico precoce do cancro da mama, um grupo de investigadores desenvolveu um método que será testado em 2007 e que envolve uma tomografia por positrões, o que permitirá a detecção destes cancros mesmo que tenham um milímetro de diâmetro.
Em declarações à TSF, Pedro Amaral, um dos investigadores envolvidos neste projecto, explicou que este método, que é complementar à mamografia e à ecografia, não deixa margem para dúvidas em relação ao diagnóstico.
Este investigador diz que esta tomografia é diferente das mamografias, dado que estas últimas, em alguns casos, dão resultados positivos, que, no entanto, não se confirmam e que depois podem levar a uma biopsia desnecessária.
«A ideia é ter um exame complementar para ter uma confirmação ou não da necessidade de fazer uma biopsia, porque o que se espera com isto é eliminar o número de biopsias desnecessárias», explicou.
Como as células cancerosas necessitam de muita energia para se desenvolverem desordenadamente, este exame pretende detectar onde está a ser feito um maior consumo de glucose, inserindo-se depois os positrões nas moléculas de glucose.
«Se eu conseguir ter um aparelho que me faça um mapeamento de onde há mais positrões a serem emitidos consigo ver onde se está a ver mais consumo de energia e isso pode-me indicar possíveis fontes de células malignas», concluiu.
Este exame, que vai ser aplicado no primeiro semestre de 2007 no Hospital Garcia de Orta, em Almada, com cerca de 300 exames clínicos a mulheres, ficará mais barato do que o actual exame com positrões feito ao corpo inteiro, que custa 1300 euros através do Sistema Nacional de Saúde.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Senologia recordou a importância de um diagnóstico precoce do cancro da mama, doença que mata, em média, quatro mulheres diariamente.
«Não podemos interferir no número de casos novos, o que é importante é que consigamos reduzir o número de mortes. Para o reduzir, é importante fazer um diagnóstico nas fases iniciais», explicou Jorge Soares.
O cancro da mama será o principal tema em debate no VI Congresso Nacional de Senologia que decorre desde esta quinta-feira até sábado em Cascais.