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Hipercolesterolmia familiar atinge 20 mil portugueses

O excesso de colesterol desde a infância, que é transmitido por via genética, atinge cerca de 20 mil portugueses. A coordenadora do primeiro estudo em Portugal na área da hipercolesterolmia familiar defende que os medicamentos para tratar esta doença deveriam ser comparticipados a cem por cento.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia e o Instituto Ricardo Jorge calculam em cerca de 20 mil o número de pessoas que sofrem de hipercolesterolmia familar, ou seja, excesso de colesterol desde a infância transmitido por via genética.

A coordenadora do estudo que permitiu chegar a este número, o primeiro feito em Portugal nesta área, explicou que 50 por cento dos filhos de um casal em que um dos membros tenham colesterol pode vir a ficar com esta doença.

«A maior parte destas pessoas vão ter um enfarte do miocárdio precoce antes dos 50 ou 60 anos de idade e a identificação precoce destes doentes faz com que, ao serem tratados o mais precocemente possível, haja uma diminuição do risco de enfarte», acrescentou Mafalda Bourbon.

Esta investigadora do Instituto Ricardo Jorge adiantou que irá pedir ao Estado a comparticipação total dos medicamentos de controlo para esta doença, medicamentos que são fundamentais para uma doença é crónica.

«Os medicamentos têm de ser tomados todos os dias até ao resto da vida e há muitos doentes que não o fazem muitas vezes pelo preço da medicação que é muito elevada. Se outras doenças genéticas têm a comparticipação a cem por cento, esta também deveria ter», concluiu.

O primeiro estudo sobre hipercolesterolmia familiar foi feito com base no acompanhamento de 200 famílias nos últimos sete anos.

Redação