A Polícia Judiciária apreendeu cerca de 300 mil euros e sete pessoas foram constituídas arguidas. É o resultado da mega-operação da Polícia Judiciária de combate à fraude e branqueamento de capitais com o nome de código «Lavandaria Oriente» que decorreu na zona de Lisboa.
Com o método utilizado por esta rede, que segundo a polícia alimentava o terrorismo internacional, nenhuma informação é escrita, nenhum nome ou morada são registados.
Não há a emissão de recibos que possam rastrear a origem e o destino do dinheiro. Torna-se assim um serviço imune a auditorias externas e congelamento de contas.
A rede utiliza postos de movimentação de vales. Basta que alguém entregue dinheiro num destes locais e diga onde quer que o dinheiro seja levantado. Recebe um código, que é normalmente uma letra seguida de quatro dígitos, que será transmitido a quem for levantar o dinheiro.
Este sistema alternativo de remessa de fundos já tem séculos e permite que sejam movimentadas quantias astronómicas sem qualquer possibilidade de controlo.
De acordo com a Polícia Judiciária, os sete arguidos no âmbito da operação «Lavandaria Oriente» são oriundos de Moçambique e Angola, actuando em Portugal sob a capa de empresários de automóveis, do ramo hoteleiro ou mesmo do ramo dos móveis.
Elevadas quantias em dinheiro foram introduzidas em Portugal, transferidas de forma fraccionada, sendo depois canalizadas para outros países, com especial enfoque para o continente asiático.
Segundo dados das Nações Unidas, referentes a 2005, esta rede ilegal de transferência de dinheiro usada pela al-Qaeda para financiar atentados terroristas, movimenta cerca de 300 milhões de euros por ano.