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ASAE apreendeu 150 toneladas de alimentos

A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) já apreendeu 150 toneladas de casca de soja, que se destinava a rações para animais, depois de ter surgido a suspeita do transporte nos mesmos camiões de resíduos tóxicos e alimentos.

As autoridades estão a investigar a denúncia, quinta-feira, de um deputado espanhol que acusou duas empresas portuguesas de utilizarem camiões de resíduos tóxicos para transportar alimentos na Península Ibérica.

Segundo o presidente da ASAE, António Nunes, além das 150 toneladas de casca de soja, já apreendidas, as duas empresas em causa transportavam também outros produtos alimentares.

O milho, que veio de Espanha em camiões alegadamente contaminados, já foi consumido por animais.

Sabe-se também que 27 toneladas de trigo, já transformado em farinha, destinavam-se ao consumo humano.

A ASAE já está na pista deste lote de farinha que não foi colocado no mercado.

No entanto, não se pode falar de um problema de saúde pública, até porque faltam fazer análises em laboratório.

«Tudo indica que existe produto transportado que depois de devidamente analisado vai dar a informação se houve ou não contaminação, porque há uma operação que tem de ser valorizada, que é a desinfecção», afirmou António Nunes, em conferência de imprensa.

A lei permite este transporte múltiplo desde que entre uma viagem e outra os camiões sejam lavados ou então que os produtos sejam devidamente acondicionados.

António Nunes salienta que o problema é como o transporte é feito.

«Não estamos perante uma situação totalmente clara. Sabemos que em algumas empresas e não sabemos se serão estas exclusivamente, haverá provavelmente outras, se faz transporte a garnel, em que pode haver contacto entre as superfícies que transportam materiais pelo menos ambientalmente perigosos e alimentos», adiantou.

O presidente da ASAE lamentou também que Espanha ainda não tenha entregue às autoridades portuguesas o relatório sobre estes transportes, adiantando que neste momento o trabalho de investigação se baseia em «informações dispersas».

Redação