A maioria dos portugueses com colesterol elevado não toma a medicação prescrita pelo médico. A conclusão é de um estudo da Fundação Portuguesa de Cardiologia que aponta a falta de esclarecimento como a principal causa desta situação.
A maior parte dos portugueses com colesterol elevado não toma a medicação receitada pelos médicos por falta de esclarecimento.
Esta é a principal conclusão de um estudo realizado pela Fundação Portuguesa de Cardiologia em 156 centros de saúde.
Neste estudo foram entrevistadas 4600 pessoas com colesterol elevado das quais cerca de 58 por cento admitiram que não tomam os medicamentos prescritos pelos médicos.
Luís Negrão, o coordenador do estudo, admite que a maior parte não segue as indicações médicas por falta de esclarecimento.
«Há muitas pessoas que sabem que têm o colesterol elevado, continuam com o colesterol elevado apesar dos médicos lhes terem prescrito o medicamento e este não resulta... o que provavelmente se prende com alguns hábitos de que o doente não abdicou, provavelmente uma falta de comunicação entre o doente e o médico de família», explicou aquele responsável.
Para Luís Negrão, não se pode deixar que «as pessoas vivam na ilusão de que andam com o colesterol normal».
Luís Negrão defende que os doentes devem estar mais esclarecidos e informados dos riscos que correm e que têm de andar em cima do colesterol, da alimentação, a tensão arterial.
O coordenador do estudo alerta ainda para o facto de se estar a gastar dinheiro «para tratar uma coisa que não está a ser tratada, até porque as sequelas e complicações continuam a existir».