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Mais de 70% das mortes em 2006 registaram-se em África

Setenta e dois por cento dos 2,9 milhões de mortes em 2006 devido à SIDA ocorreram na África subsaariana, região do mundo mais afectada pela doença, com 24,7 milhões de casos, divulgou esta terça-feira a ONU.

No relatório anual sobre a Situação da Epidemia da SIDA, a ONUSIDA estima que este ano 2,8 milhões de adultos e crianças contraíram o HIV na África subsaariana, mais do que a soma de todas as outras regiões do mundo (1,5 milhões).

De acordo com o documento, as mulheres são as mais afectadas pela doença, representando 59 por cento do total de infectados na África subsaariana.

Na África oriental e ocidental registou-se uma estabilização da prevalência ou mesmo um decréscimo em alguns países, mas a África austral continua a ser definida pela ONU como o "epicentro" da epidemia mundial da SIDA.

Nesta região vivem 32 por cento do total de infectados no mundo (39,5 milhões) e morrem 34 por cento de todas as vítimas da doença a nível mundial, segundo o relatório.

De acordo com o documento, na África austral apenas o Zimbabué registou um decréscimo na prevalência, por exemplo nas mulheres grávidas de 30 a 32 por cento em 2000 para 24 por cento em 2004.

Apesar desta evolução, um em cada quatro adultos zimbabueanos estão infectados com o HIV, o que coloca o país num dos piores casos a nível mundial e onde a esperança média de vida é das mais baixas: 34 anos para as mulheres e 37 para os homens.

A África do Sul continua a registar o maior número de casos na região, 5,5 milhões, incluindo 240.000 crianças com menos de cinco

anos, só atrás da Ìndia (5,7 milhões), a nível mundial.

Neste país africano, a tendência tem sido de subida, especialmente junto das mulheres jovens, cuja prevalência subiu de 15,5 por cento em 2003 para 17 por cento em 2005, enquanto que em relação aos homens jovens, registou-se uma ligeira descida de 4,8 para 4,4 por cento.

A África do Sul regista também um aumento no número de mortes devido à doença - 79 por cento entre 1997 e 2004.

A Suazilândia é o país com a mais elevada taxa de prevalência (33,4 por cento), ou seja, uma em cada três pessoas está infectada, num total de 1,1 milhões de habitantes.

O Botsuana também está entre os piores do mundo com uma prevalência de 40 por cento nas mulheres grávidas entre os 25 e os 39 anos, em 2005.

Na África oriental, segundo a ONU, a tendência é para a estabilização ou decréscimo na prevalência da doença, sendo a Tanzânia e o Quénia os mais graves da região, com 1,4 milhões e 1,3 milhões de infectados, respectivamente.

Na África Ocidental, a prevalência é muito inferior quando comparada com o resto da África subsaariana e apenas a Costa do Marfim tem uma percentagem superior a quatro por cento. A maioria dos países desta região apresenta valores inferiores a dois por cento.

No entanto, a baixa prevalência na Nigéria, o país mais populoso de África com 132 milhões de habitantes, representa 2,9 milhões de infectados, o terceiro país com maior número de casos, logo a seguir à Índia e à África do Sul.

A SIDA já matou mais de 25 milhões de pessoas no mundo desde que foi identificada, em 1981.

Redação