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Maioria das vítimas em Portugal brasileiras

A maior parte das mulheres vítimas de tráfico em Portugal para exploração sexual tem nacionalidade brasileira. São os dados preliminares de um estudo realizado por uma investigadora de Coimbra ao qual a TSF já teve acesso.

Procuram dias melhores em Portugal, mas acabam por viver assustadas nas malhas da violência e da chantagem de redes de tráfico humano difíceis de desmantelar.

«A maior parte delas têm entre os 20 e os 30 anos, e muitas foram iniciadas na prostituição no país de origem, quando ainda eram adolescentes. Muitas deixam filhos para trás», explica Madalena Duarte, responsável pelo estudo.

A investigadora conta que estas mulheres têm carências económicas graves e a situação ilegal que enfrentam em Portugal serve de chantagem para uma situação de prostituição que se torna irreversível.

«Quando as mulheres chegam a Portugal não têm visto, retiram-lhes o passaportes, exigem-lhes o pagamento de dívidas que vão aumentando de dia para dia, e depois ficam ao serviço de vários bares de alterne», conta.

A socióloga explica que estas mulheres ficam de pés e mãos atadas porque permanecem muito pouco tempo em Portugal e não chegam a criar laços com ninguém.

«A maior parte destas mulheres não fica mais de seis meses em Portugal para não criarem laços com ninguém, e também desconfiam muito da polícia pelo que dificilmente conseguem pedir ajuda», acrescenta.

A maior parte destas mulheres vem do Brasil mas também de países da Europa de Leste como a Rússia e a Moldávia.

Redação