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Farmácias devolvem pedidos de vacinas

Há farmácias que estão a devolver e a cancelar pedidos de vacinas contra a gripe sazonal. A Associação Nacional de Farmácias responsabiliza a Direcção-Geral de Saúde por ter «empolado» a necessidade de vacinação, mas o organismo rejeita as acusações.

Há farmácias que estão a devolver e a cancelar pedidos de vacinas contra a gripe sazonal. A afirmação foi feita, no Parlamento, pelo vice-presidente da Apifarma.

Em declarações à TSF, Manuel Gonçalves disse não encontrar uma explicação para a situação actual, uma vez que, inicialmente, chegou a verificar-se uma oferta inferior à procura.

«As farmácias cancelaram pedidos que foram feitos aos armazenistas», disse o responsável, acrescentando que por detrás desta decisão poderá estar uma «diminuição das receitas ou uma redução do nível de vacinação».

O vice-presidente da Apifarma revelou ainda recear que, no futuro, Portugal venha a receber um número inferior de doses da vacina contra a gripe sazonal, tendo em conta que este ano não conseguiu esgotar todas as encomendas.

«A produção actual de vacinas da gripe sazonal na Europa não é suficiente para vacinar toda a população; portanto, há uma alocação», alertou.

ANF responsabiliza DGS por «alarme excessivo»

Ouvido igualmente pela TSF, João Cordeiro, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), confirmou que há hoje um excesso de vacinas no mercado, encomendas que estão a ser devolvidas, com todos os custos daí inerentes.

João Cordeiro disse ainda que a culpa desta situação é da DGS que empolou a necessidade de vacinação num anúncio que, no seu entender, foi «infeliz» face ao «alarme criado junto das pessoas».

DGS rejeita acusações

Confrontada com estas críticas, a subdirectora-geral de Saúde, Graças Freitas, afirmou que as declarações de João Cordeiro representam um «contra-senso».

«Se DGS tivesse feito um apelo no sentido das pessoas se vacinarem porque havia um risco acrescido, as vacinas ter-se-iam gasto, pelo que existem outros motivos», afirmou.

«O número de vacinas que este ano veio para Portugal foi apenas ligeiramente superior ao do ano anterior; por outro lado, em relação ao principal grupo de risco - os idosos -, apenas 40 por cento das pessoas estão vacinadas; finalmente, houve uma fase inicial de uma procura elevada de vacinas, porque o assunto foi abordado através dos 'media', mas entretanto esquecido, talvez devido ao facto de estar calor», justificou.

Redação