A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) alertou, esta quarta-feira, os pais para os perigos que os objectos usados nas decorações de natal podem representar para as crianças. Com os brinquedos também é preciso cautelas. Nem sempre a etiqueta CE é garantia de segurança.
Segundo a presidente da APSI, que hoje falava numa sessão de esclarecimento sobre segurança de brinquedos, os artigos de decoração de Natal embora não sejam brinquedos, aos olhos das crianças são vistos como tal.
«Brincar é a profissão das crianças. Para a criança tudo é um brinquedo. O natal é sempre uma altura em que temos de estar mais atentos porque podem entrar nas nossas casas novos riscos», afirmou.
As decorações, explicou Helena Cardoso de Menezes, muito usadas e muito apelativas, chamam a atenção, mas as crianças mais pequenas podem confundi-las com doces ou brinquedos e colocá-las na boca, correndo o risco de se engasgarem.
Aos pais, a associação aconselha que coloquem estas decorações em locais elevados, fora do alcance das crianças.
As luzes da árvore de Natal são outro dos perigos escondidos que além de poderem provocar incêndios quando sobreaquecidas, são também um chamariz para as crianças.
«Temos tido casos de asfixia com lâmpadas das árvores de Natal», disse.
A APSI chama ainda a atenção para as velas, um elemento decorativo muito apreciado nesta altura, mas que só devem ser acesas na presença de um adulto.
Quando não estiver ninguém por perto as velas devem ser imediatamente apagadas principalmente se houver crianças em casa.
De igual forma não devem ser colocadas velas em zonas de circulação ou no chão.
Alertou também para a estabilidade das árvores de Natal, para que estas não tombem sobre a criança.
Relativamente à escolha dos brinquedos para as crianças, Helena Cardoso de Menezes, aconselha os adultos a pensarem sempre no uso que a criança dará ao artigo oferecido.
«Façam uma inspecção ao brinquedo, atirem-no para o chão, puxem olhos e narizes [dos bonecos] para que possam ser detectadas falhas antes das crianças», explicou.
Um estudo realizado com crianças com menos de três anos indica que é preciso uma fiscalização mais apertada no que respeita aos brinquedos.
A pesquisa foi desenvolvida pela APSI e pelo Centro Nacional de Embalagem. Uma das principais conclusões é que as letras CE não são garantia absoluta de segurança.
Doze dos treze brinquedos analisados, a maioria deles de baixo custo, adquiridos em grandes superfícies ou nas lojas dos 300, tinham esta etiqueta, mas apenas um terço cumpria os requisitos de segurança.
Helena Sacadura Borges, outra das responsáveis da APSI, explicou à TSF que os principais problemas estavam relacionados com instruções em língua estrangeira para os pais e os avisos de idade dos fabricantes nem sempre estavam de acordo com os requisitos do brinquedo.
As peças pequenas são um perigo para as crianças que têm tendência para colóca-las no nariz, ouvidos ou boca, alerta também Helena Sacadura Borges.
Os acidentes com brinquedos não têm uma elevada mortalidade mas a sua prevenção deve ser alvo de atenção.
Mais de metade dos acidentes que envolvem brinquedos encontram-se espalhados pela casa.