O presidente do Conselho de Reitores, Lopes da Silva, alertou esta quarta-feira os deputados da Comissão de Educação para o facto dos cortes orçamentais terem reflexos na quase totalidade das universidades que se vão confrontar com sérios problemas de sobrevivência.
Lopes da Silva afirma que os cortes orçamentais previstos pelo Governo para o sector são os maiores de sempre, acreditando que a quase totalidade das instituições terá um ano de vida, embora com grandes dificuldades.
O presidente do Conselho de Reitores deixou em aberto a possibilidade das universidades aplicarem a taxa mais elevada no aumento das propinas para contornar os problemas financeiros.
Este responsável já se tinha lamentado publicamente por causa dos cortes orçamentais das universidades e esta quarta-feira na Assembleia da República reforçou as queixas.
«Estamos perante o maior corte orçamental que já houve nos últimos tempos, recuando muitos anos não encontramos um corte orçamental tão grande no orçamento das universidades», disse.
Lopes da Silva levou aos deputados propostas para minimizar estes cortes, por exemplo compensar as universidades com a suspensão do pagamento à Caixa de Aposentações, o que significaria 50 milhões de euros.
O presidente do Conselho de Reitores justificou esta proposta com as dificuldades de sobrevivência.
«Tenho fortes razões para pensar que a quase totalidade das universidades quando muito poderia suportar um ano esta indicação e mesmo assim com alguns arranjos difíceis de concretizar, mas há instituições que não têm sequer para um ano», afirmou.
Os lamentos das universidades deram alento aos partidos da oposição e causaram desconforto no PS pela voz de Fagundes Duarte, também professor universitário, que ficou atrapalhado entre defender o Governo ou concordar com as críticas.