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Ministro minimiza «passeio»

Centenas de militares na reforma e alguns no activo «passearam», quinta-feira, em Lisboa, para manifestar o seu descontentamento, mas o ministro da Defesa, Severiano Teixeira, não considera representativa a acção das Forças Armadas.

Segundo o ministro, «as Forças Armadas têm 50 mil efectivos só no activo. Se se olhar para aquilo que se passou hoje (quinta-feira), poder-se-á ver se é ou não uma coisa generalizada (o escontentamento)».

«Estou convencido que não é significativo mas, sobretudo, não é representativo das Forças Armadas», acrescentou.

Face à participação na iniciativa de alguns militares no activo fardados, o titular da pasta da Defesa lembrou as «regras muito claras» que existem a esse respeito.

«Aqueles militares que infringirem as regras assumem naturalmente a responsabilidade pelos seus actos e naturalmente têm que sofrer as sanções disciplinares no caso de incorrerem em infracção. Foi isso que foi dito pelas chefias militares com muita clareza e estou convencido que é isso que vai acontecer», afirmou.

Ao mesmo tempo, Severiano Teixeira salientou que iniciativas como a de quinta-feira «não alteram um milímetro a acção e a linha de rumo traçada pelo Governo».

«Não é este tipo de iniciativas que afasta o Governo do rumo que traçou e que está a percorrer. O Governo, em cooperação muito estreita com as chefias militares está a trabalhar no sentido de resolver os problemas que existem. Alguns já o foram, outras sê-lo-ão. E não são naturalmente estes eventos que afastam o Governo do seu rumo», vincou.

Centenas de militares na reforma e alguns no activo desafiaram a proibição do Governo Civil, o parecer negativo dos chefes militares e a oposição do Presidente da República e do primeiro-ministro e «passearam» em Lisboa para mostrar o seu «descontentamento» contra os cortes orçamentais na Defesa.

No final, os militares exigiram do Governo a abertura de um processo de «diálogo efectivo» com as associações militares.

Redação