Crianças do Haiti e da Libéria afirmam ter sido vítimas de violação ou sujeitas a prostituição por parte de elementos das forças de paz das Nações Unidas, destacados nesses países. Perante estas denúncias, o secretário-geral da ONU já garantiu uma política de «tolerância zero».
Segundo uma investigação da estação televisiva britânica BBC, divulgada esta quinta-feira, as crianças afirmam ter tido, regularmente, relações sexuais com os «capacetes azuis» em troca de alimentos ou dinheiro.
No Haiti, uma menina de rua, com 11 anos, contou ter sido vítima de abusos sexuais por parte de «capacetes azuis», junto dos portões do Palácio Presidencial, em Port-au-Prince.
Uma outra criança, de 14 anos, descreveu o seu rapto e violação numa base naval das Nações Unidas, há dois anos.
Na Libéria, uma jovem de 15 anos adiantou ter sido atacada por um oficial da ONU, no passado dia 15 de Novembro.
Em Maio deste ano, uma outra investigação da BBC denunciou a prática de abuso sistemático, na Libéria, que envolve a entrega de alimentos a refugiados adolecentes, em troca de sexo.
Perante estas denúncias, a secretária-geral-adjunta das Nações Unidas para as operações de paz, Jane Holl Lute, reconheceu que o problema dos abusos sexuais é verdadeiro e está disseminado.
Entretanto, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, garantiu uma política de «tolerância zero» relativamente a estes abusos.