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Sindicato dos Jornalistas contra posição da Rádio Renascença

O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas (CDSJ) criticou, esta quinta-feira, a posição negativa assumida pela Direcção de Informação (DI) da emissora católica Rádio Renascença em relação ao referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez.

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente do CDSJ, Avelino Rodrigues adiantou que «é absurdo que um órgão de informação tome uma posição colectiva sobre uma matéria deste teor».

Considerando que a atitude da DI da Rádio Renascença põe em causa o direito de opinião dos jornalistas que trabalham na rádio, Avelino Rodrigues defendeu que «cada jornalista, independentemente do local onde trabalha, deve ser livre de exprimir a sua opinião em todas as matérias».

«Por outro lado, não podemos impedir que um órgão de comunicação social tenha as suas posições ideológicas», acrescentou o vice-presidente do CDSJ, sublinhando que se trata de «uma questão complicada».

O CDSJ, que se reúne uma vez por mês, não pode, ainda, convocar uma reunião extraordinária para tratar o assunto, devido à ausência de três dos seus cinco membros, em serviço no estrangeiro, mas Avelino Rodrigues promete que a questão será «certamente debatida».

A emissora católica posicionou-se hoje a favor do "não" no referendo sobre a despenalização do aborto, numa nota lida aos microfones antes do noticiário das 08.00, em que a Direcção de Informação indica que a Rádio Renascença se situa «inequivocamente ao lado da vida e do 'não' perante a pergunta posta a sufrágio».

Redação