Foi entregue, esta quinta-feira, no Tribunal Administrativo de Almada um requerimento que pede a proibição dos testes de co-incineração na cimenteira da Cecil na Arrábida. O ministro do Ambiente insiste, no entanto, que a queima de resíduos não é perigosa.
Em declarações à Agência Lusa, o advogado que representa as câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra alega que o Governo entregou fora de prazo a resolução fundamentada para rebater a providência cautelar apresentada pelas autarquias.
Castanheira de Barros acrescenta que a resolução foi também entregue por quem não tem competências para o fazer.
O Tribunal de Almada terá já notificado o Ministério do Ambiente para se pronunciar até à próxima terça-feira sobre o problema legal.
Os testes na Secil do Outão começaram hoje. Também esta quinta-feira o Ministro do Ambiente disse compreender as preocupações da população.
Nunes Correia insiste, no entanto, que a queima de resíduos não é perigosa: «Os portugueses podem-se orgulhar da sua indústria cimenteira que é das mais avançadas do mundo em termos tecnológicos, portanto não há qualquer risco».
«Claro que a ansiedade das pessoas é compreensível e merece ser respeitada, já não me merece tanta consideração aqueles que se aproveitam dessa ansiedade com objectivos políticos», acrescentou o Ministro.
Mas os argumentos do Ministro Nunes Correia não convencem, por exemplo, o vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Setúbal.
André Martins fez saber que a autarquia vai impedir a passagem dos camiões com resíduos perigosos nas estradas municipais.