O ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou esta sexta-feira, Dia Mundial da Sida, que a venda de anti-retrovirais nas farmácias vai avançar, após analisar experiências no terreno e ouvir todos os agrupamentos que se opõem à medida
No Dia Mundial da Sida, Correia de Campos afirmou que quer avançar com a venda de anti-retrovirais nas farmácias, permitindo às entidades farmacêuticas participarem na gestão e organização dos medicamentos dos doentes com sida.
O ministro da Saúde anunciou esta medida à margem de uma visita ao Centro Paroquial da Nossa Senhora da Conceição, na Costa da Caparica, uma instituição que dá apoio a 290 seropositivos, incidindo sobretudo na ajuda na toma da medicação.
Em declarações à TSF, Correia de Campos disse que quer fazer «exactamente o que faz este centro social» quando vai ao hospital de Almada buscar os medicamentos com o paciente, através de um protocolo assinado com a entidade hospitalar.
O governante sublinhou que pretende fazer o mesmo por todo o país, de «forma eficaz», permitindo que as farmácias se associem aos hospitais «progressivamente e de uma forma voluntária».
Uma das vertentes do apoio ao doente com Sida deste centro paroquial é levar o doente a organizar a sua própria medicação, através de «um trabalho de proximidade», explicou à TSF o Padre António Luís Pires. Isto porque um dos grandes problemas na luta contra a doença é o abandono da medicação.
Para já, esta ideia não poderá passar do papel devido à oposição da Ordem dos Médicos. O ministro quer assim analisar mais experiências no terreno e ouvir todos os agrupamentos envolvidos.
Correia de Campos anunciou esta medida no mesmo dia em que a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/Sida vai apresentar o novo programa de combate à doença para colocar Portugal na média europeia dentro de quatro anos.