O Centro Contra a Violência da Letónia (DARDEDZE), uma organização defensora dos direitos da criança, disse esta quarta-feira que uma alegada rede de pedofilia utiliza Portugal como país de destino para «exportar» crianças letãs. Entretanto, a Polícia Judiciária (PJ) disse que já contactou as autoridades da Letónia para recolher informações sobre o caso.
Inguna Rauda, dirigente do Centro Contra a Violência, disse à agência Lusa que «no ano passado, na Letónia, desapareceram 318 crianças, desconhecendo-se, actualmente, o paradeiro de 14».
Inguna Rauda acrescentou que «algumas dessas crianças foram enviadas para Portugal como mercadoria sexual», e que a «Turquia, Alemanha e Espanha são outros países de 'escoamento' de mercadoria viva».
«A maioria das crianças que foram parar a Portugal entraram em redes de prostituição infantil», disse.
Inguna Rauda revelou que a organização colabora com «organizações portuguesas de protecção da infância, no âmbito do projecto internacional da Comissão Europeia Childoscope».
O Centro também está a acompanhar o caso do cidadão português que se encontra detido em Riga, desde o dia 01 de Junho, acusado de pedofilia.
O julgamento do cidadão português, de 29 anos, detido em Riga e acusado de alegados «abusos sexuais de menores» vai começar dia 18 deste mês.
Segundo o diário letão Diena, «o português entrava no país como turista, nunca ficava em hotéis, preferindo residir em apartamentos antecipadamente alugados».
PJ comunicou com autoridades letãs e poderá iniciar investigação
Entretanto, a Polícia Judiciária (PJ) disse que já contactou as autoridades da Letónia para recolher informações sobre o alegado tráfico de crianças para Portugal como «mercadoria sexual».
A informação foi prestada à agência Lusa por um director da Direcção Central do Combate ao Banditismo (DCCB).
«A situação noticiada não era, até ao momento, do conhecimento do DCCB. Iniciámos, entretanto, diligências junto das autoridades da Letónia no sentido de confirmar, ou não, o assunto. Se for caso confirmado avançamos com uma investigação», disse a mesma fonte.