O Parlamento associou-se, esta quinta-feira, à campanha europeia de luta contra a violência doméstica, com todas as bancadas parlamentares a condenar este crime e a defender um combate mais eficaz e activo.
Do lado do PS, a deputada socialista Sónia Fertuzinhos defendeu que «quanto mais eficazes e activos formos no combate à violência doméstica mais casos serão denunciados e conhecidos (...)».
«Quanto mais apoio e segurança sentirem as vítimas de violência doméstica, mais coragem e capacidade terão para denunciarem os maus tratos de que são vítimas», acrescentou
Recordando que a violência doméstica é a maior causa de morte de mulheres entre os 16 e os 44 anos e que, em todo o mundo, um quarto das mulheres é em algum momento da sua vida vítima de violência doméstica», Sónia Fertuzinhos apelou a que todos assumam as suas responsabilidades.
Pelo partido ecologista Os Verdes, a deputada Heloísa Apolónia alertou para a falta de respostas que ainda existe em Portugal para as vítimas de violência doméstica.
«As casas abrigo em Portugal têm uma capacidade de acolhimento de vítimas que não chega às 580 camas, o que comparado com o número de queixas de violência doméstica - cerca de 18 mil - e com a realidade que não formaliza a queixa, mas procura o apoio necessário, demonstra que é uma resposta muito precária», sublinhou, considerando que Portugal «tem andado a passo de caracol» no combate a este crime.
O deputado social-democrata Mendes Bota apelou ainda à luta contra os «mitos e os preconceitos», rejeitando a ideia de que «entre marido e mulher não se mete a colher».
O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, alertou ainda para a necessidade de saber as causas deste problema, considerando que só com esse conhecimento se poderá fazer «um combate eficaz».
«Apesar dos enormes avanças ainda há um grande grau de relutância nas mulheres para assumirem que são vítimas», disse ainda a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro.
«A violência doméstica exige uma acção rápida, eficaz e contundente», acrescentou, por outro lado, a deputada do BE Helena Pinto.
Pelo Governo, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão, deixou a garantia de que o Governo está a trabalhar nesta área, nomeadamente no aperfeiçoamento das casas de acolhimento.
«As várias medidas para combater a violência e a violência doméstica em particular, que visam alertar consciências e apontar caminhos de acção nunca serão demais», afirmou.