A Ordem dos Médicos do Norte diz que o controlo de assiduidade por impressão digital nos hospitais não se adequa ao exercício da actividade médica e prevê consequências perversas. Perante esta situação, os médicos vão passar a produzir menos e a sair à hora estipulada, independentemente do doente que estejam a observar.
Depois da Inspecção-Geral de Saúde ter concluído que mais de 70 hospitais não estavam a controlar faltas e atrasos dos médicos, o sistema de controlo de assiduidade está a ser implementado em vários hospitais.
No hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, o sistema já está a ser testado, mas a Ordem dos Médicos quer saber se a Comissão Nacional de protecção de dados tem conhecimento deste caso.
José Pedro Silva, presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Médicos, diz que o sistema só prejudica o exercício da actividade médica, acrescentando que os médicos não podem estar sujeitos a horários rígidos.
«Pensamos que o controlo médico não pode ser feito desta maneira, porque sobretudo nas cirurgias muitas vezes os médicos começam até a trabalhar antes do horário, e além disso, queremos que seja pedido um parecer a Comissão de Protecção de Dados», salienta.
O responsável acrescenta, ainda, que se for implementado este sistema de controlo rígido de horários, «o mais provável e que os médicos comecem a trabalhar menos, porque perante este tipo de sistema vão passar também a sair a hora que esta estipulada no horário, independentemente dos doentes que estiverem à espera».