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Pilotos podem pôr em causa voos de Natal

Os pilotos da aviação civil vão recusar-se, a partir de quarta-feira, a cumprir horas extraordinárias, em protesto contra a proposta do governo de alargar a idade da reforma. Esta recusa poderá levar ao cancelamento de centenas de voos.

Os pilotos da aviação civil vão começar, a partir de quarta-feira, a cumprir os dias de folgas e de férias e a recusar fazer horas extraordinárias, em protesto contra a intenção do Governo de passar a idade de reforma dos 60 para os 65 anos.

Os pilotos avançam, no entanto, que estão a dar tempo, até quarta-feira, às companhias aéreas de se organizarem para não haver muitos cancelamentos de voos nesta época natalícia, quando as viagens de avião abundam.

Em causa está o projecto de lei do Governo de alargar a idade de reforma dos pilotos de 60 para 65 anos, uma medida contestada por cerca de 1700 pilotos portugueses.

O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil lembrou, na sexta-feira, que a Organização Internacional da Aviação Civil desaconselha o trabalho depois de 60 anos.

Quando há uma recomendação que diz que «só um piloto é que pode ter mais dos 65 num cockpit, obviamente que há algum problema acima dos 60 anos», disse à TSF Tiago Matos.

«Os países que têm mais estudos sobre isto são a América e a França», precisamente os que «não autorizam e não voam acima dos 60 anos», acrescentou.

O sindicato relembra que a profissão de piloto envolve um desgaste rápido não só físico como psicológico, sendo que esta lei quando aplicada poderá pôr em causa a segurança dos passageiros.

A TSF tentou, sem sucesso, saber junto dos sindicatos e das companhias aéreas quais as implicações destas acções dos pilotos nos voos a partir de quarta-feira.

Redação