O Instituto de Oncologia do Porto foi a unidade de saúde, em Portugal, que mais dinheiro gastou em medicamentos, nos primeiros oito meses deste ano, revela um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde.
O estudo analisa o consumo de medicamentos em meio hospitalar entre Janeiro e Agosto deste ano, actualiza dados divulgados em Setembro, tendo a nova informação sido revista e validada pelo Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde, em conjunto com as unidades envolvidas.
A amostra de 26 hospitais seleccionada pelo Ministério da Saúde (MS) - que representam mais de 80 por cento dos gastos em medicamentos no sector -, indica que os custos com o consumo de medicamentos nos hospitais cresceram 4,7 por cento comparativamente ao ano passado, embora em seis hospitais este aumento seja superior a dez por cento.
De acordo com os dados divulgados em Setembro pelo MS, a despesa em medicamentos estava a crescer a dois dígitos em quatro unidades: Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa (15 por cento), IPO do Porto (13 por cento), Hospital Joaquim Urbano, no Porto (10,4 por cento) e Hospital São Teotónio, em Viseu (10 por cento).
Após a revisão dos dados, é o IPO do Porto a unidade que regista a variação mensal mais elevada entre os custos de 2005 e deste ano, apresentado actualmente uma média de gasto mensal em medicamentos de 2,4 milhões de euros, contra 1,9 milhões de euros no ano passado.
Em declarações à TSF, Laranja Pontes, presidente do conselho de administração do IPO do Porto, justifica o aumento das despesas com a «subida de número de doentes oncológicos». Um aumento de gastos por mês superior a um milhão de euros.
Seguem-se o IPO de Lisboa, cujos gastos mensais subiram 14,2 por cento em relação ao ano passado (de 1,9 milhões de euros para 2,1 milhões de euros) e o Hospital de S. Teotónio, em Viseu, com uma variação de 12,1 por cento (928 mil euros para um milhão de euros).
O Hospital Distrital de Santarém e o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, registaram ambos um crescimento mensal com medicamentos superior a 11 por cento e o Hospital Joaquim Urbano, no Porto, apresentou uma subida de 10,5 por cento no consumo mensal de fármacos.
No total dos 26 hospitais da amostra, a média mensal de gastos em medicamentos no ano passado era de 57 milhões de euros, tendo subido para 59 milhões de euros este ano.