Cavaco Silva apelou aos empresários para promoverem a integração de deficientes, explicando que isso é uma «oportunidade» e não um «fardo». O presidente da República esteve em Alcobaça para dar a conhecer mais um caso de boas práticas de inclusão.
O Presidente da República apelou, esta quarta-feira, aos empresários portugueses para promoverem a integração de deficientes, exaltando que essa inclusão é uma «oportunidade» e não um «fardo» para as empresas.
Cavaco Silva proferiu estas declarações durante uma visita à empresa de faianças ARFAI- IGM, em Aljubarrota (Alcobaça), no âmbito do Roteiro de Inclusão que está a realizar para dar a conhecer casos de boas práticas de integração dos deficientes em Portugal.
«Um deficiente pode não ser um fardo para a empresa», mas sim uma «oportunidade» se «ela souber aproveitar as suas capacidades», enfatizou Cavaco Silva.
Ele pode «realizar produção», prestar serviços e «integrar-se depois da formação que recebe da sociedade», acrescentou.
A ARFAI- IGM é de origem belga e começou a trabalhar em Aljubarrota em 1995. Actualmente produz mais de 20 mil peças por dia, a maioria para exportação, e encontra-se entre as 100 melhores produtoras de cerâmica da Europa.
Esta empresa conta com 50 trabalhadores, três dos quais deficientes, que garantem sentir-se totalmente integrados. Por ser considerada um sucesso na integração de pessoas com deficiência, venceu o prémio de Mérito do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Para a administradora da empresa, Carla Wouters, os apoios estatais à integração dos deficientes são «largamente suficientes e pouco burocráticos», embora falte a adesão dos empresários.
«Não considero extraordinária a nossa acção, mas natural», tendo em conta que «é possível compatibilizar o sucesso de uma empresa com a responsabilidade social que lhe é devida», acrescentou.
O presidente da República está a fazer um roteiro de dois dias por várias empresas do país, consideradas casos de sucesso na inclusão de pessoas com deficiência. Depois de ter estado na Casa Pia e em Alcobala, Cavaco segue para Miranda do Corvo e Viseu.