A Câmara do Porto decidiu não dar tolerância de ponto aos trabalhadores, justificando a decisão com a grave situação financeira do país. Os trabalhadores que quiseram prolongar o descanso natalício tiveram de gastar um dia de férias.
Os funcionários da Câmara Municipal do Porto não contestam a decisão da autarquia de não dar tolerância de ponto aos seus funcionários, esta terça-feira, e dizem que é legítima.
Ainda assim, conforme explicou à TSF Maria de Fátima Rodrigues, da comissão de trabalhadores da Câmara do Porto, os trabalhadores sentem-se como fossem «funcionários públicos de segunda».
«Se os restantes funcionários públicos a têm, nós devíamos tê-la também, até porque isso funciona como uma fonte de motivação ou desmotivação. É uma descriminação para os trabalhadores desta câmara. E a questão da produtividade não é muito justificada. Não somos nós os culpados», disse.
Na carta que enviou aos funcionários da Câmara, informando-os de que não haveria tolerância de ponto, o vereador dos recursos humanos, Sampaio Pimentel, lembrou que quem precisasse mesmo de ficar em casa poderia recorrer a um dia de férias.
De acordo com Maria de Fátima Rodrigues, há serviços que «estão a produzir com muito poucos funcionários» exactamente porque muitos tiraram um dia de férias.
«A escola do meu filho está fechada e eu deixei-o com uma colega que tirou férias para poder ficar com a filha dela. Estamos a organizar-nos desta maneira para que não desiludamos o Executivo para cumprir as suas directivas», adiantou à TSF.
Muitos funcionários evitaram conversar com os jornalistas quando entraram para o edifício da câmara e, quem falou, mostrou-se conformado com a situação.
O presidente da Câmara, Rui Rio, entrou na câmara pouco depois das 09:00. Pouco depois de Sampaio Pimentel.