O radialista, sonoplasta e autor de peças de teatro para rádio Eduardo Street, de 72 anos, morreu esta terça-feira no Hospital de São José, em Lisboa, devido a uma pneumonia, disse à Lusa fonte da família.
De acordo com a mesma fonte, Eduardo Street sentiu-se mal na segunda-feira, a seguir ao jantar de Natal, tendo seguido para o hospital de São José, onde lhe foi diagnosticada uma pneumonia em estado avançado.
Autor do livro "O teatro invisível, história do teatro radiofónico", onde conta as memórias dos tempos em que a rádio constituía o entretenimento do serão de quase todas as famílias portuguesas, Eduardo Street foi o profissional que mais peças de teatro, folhetins e séries realizou na história da rádio portuguesa.
Começou a trabalhar na Rádio Universidade, em 1953, onde escreveu, fez locução, sonorizou e realizou programas na área da História, literatura e teatro.
A primeira peça de teatro que sonorizou foi "O Iconoclasta", de Fernando Amado, no Teatro Avenida, em 1955.
Colaborou com a Rádio Renascença e o Rádio Clube Português antes de entrar na Emissora Nacional, em 1958, tendo sido responsável pelo som de vários programas desde os jornais de actualidade a documentários cinematográficos.
A ida para a tropa impediu-o de ir para a televisão mas colaborou também com agências de publicidade fazendo a sonorização de anúncios de rádio.
Realizador de teatro na Radiodifusão Portuguesa (RDP) desde o seu início, atingiu a idade da reforma em Janeiro, embora tenha continuado a trabalhar na Antena 2.
No ano passado, foi condecorado com a medalha de honra pela Sociedade Portuguesa de Autores, em reconhecimento pelo trabalho de uma vida ao serviço da radiofonia.
O funeral de Eduardo Street ainda não tem hora e local conhecidos mas, de acordo com a mesma fonte familiar, será rezada quarta-feira uma missa na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa.