O Automóvel Club de Portugal acusou o Ministério da Administração Interna de não tomar medidas contretas para combater a sinistralidade e de manter o sistema de ensino de condução inadequado à realidade.
O Automóvel Club de Portugal (ACP) acusou, esta quarta-feira, o Ministério da Administração Interna de uma «total ausência de políticas de prevenção rodoviária», bem como de «medidas concretas para diminuir a sinistralidade».
Estas acusações surgem na sequência de serem conhecidos os dados relativos à sinistralidade rodoviária durante o período do Natal, que dão conta de 23 mortos. Dados que o ACP considera «desastrosos».
Para o Automóvel Club de Portugal, os acidentes continuam a ocorrer devido a uma fraca preparação dos automobilistas, já que o sistema de ensino de condução está inadequado à realidade.
«O sistema de ensino está completamente obsoleto. Os exames não são rigorosos em relação à realidade» de hoje em dia e «a parte teórica não tem rigorosamente nada a ver com a parte prática», disse à TSF Carlos Barbosa, presidente do ACP.
Os portugueses vão às escolas de «condução não é para aprender a conduzir», mas apenas para tirar a carta, adiantou Carlos Barbosa, acrescentando que os alunos, após fazerem os exames de condução, não se encontram aptos para «enfrentar os desafios do dia-a-dia», como conduzir no centro de uma cidade.
Carlos Barbosa lembrou ainda que o secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, «prometeu no decorrer de uma Presidência Temática com o Presidente da República», em Maio de 2005, uma «reformulação completa no sistema de ensino de condução», mas até agora não cumpriu.
As iniciativas do Governo nesta matéria têm sido um verdadeiro desastre, como por exemplo as «campanhas de publicidade», que, segundo Carlos Barbosa, já «não existem», devido à extinção da Prevenção Rodoviária Portuguesa.
No entanto, o ACP mostra-se confiante que, com a divisão da tutela da Direcção-Geral de Viação entre o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e o Ministério da Administração Interna, o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, reformule o sistema de ensino de condução.