A Ordem dos Médicos considera errada a opção do Minsitério da Saúde em instar os estabelecimentos públicos a adoptarem sistemas automáticos para controlar a assiduidade. O bastonário diz que se está a gastar muito dinheiro em sistema que não funcionam.
A Ordem dos Médicos não percebe a razão pela qual o Ministério da Saúde instou os estabelecimentos públicos a adoptar sistemas automáticos, de preferência electrónicos, para controlar a assiduidade dos funcionários.
Ouvido pela TSF, o bastonário desta ordem entende que esta medida é um «disparate sem nome e mais uma originalidade portuguesa», uma vez que desta forma se estaria a gastar muito dinheiro num «sistema que não funciona».
«O controlo do trabalho médico que é feito pelos directores directos e pelos directores de serviço é feito na base daquilo que se sabe ser um trabalho que depende de muitas circunstâncias», explicou Pedro Nunes.
O bastonário da Ordem dos Médicos lembrou que é impossível saber quando acaba uma cirurgia ou quando vão terminar um conjunto de consultas e que por isso o controlo deste trabalho não pode ser feito de forma automática, como é feito noutro tipo de actividades.
A recomendação do Ministério da Saúde surgiu numa circular enviada pela secretaria-geral do ministério, isto após a Inspecção-geral de Saúde ter concluído que a maioria dos estabelecimentos apenas fiscalizava a assiduidade com livros de ponto, não cumprindo o que está estabelecido há oito anos.
De acordo com o jornal «Público», a secretaria-geral do ministério argumenta que há que alterar «procedimentos já ultrapassados, nomeadamente o habitual sistema de assinatura de livros de ponto, destituído de rigor e que não reúne condições para atingir cabalmente as funções de controlo».
Esta circular surgiu numa altura em que em que está a ser experimentada a adopção de um sistema de controlo de assiduidade através de impressões digitais na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, um sistema que está a causar bastante polémica.