Treze militares foram alvo de processos disciplinares na sequência do "passeio do descontentamento" contra os cortes orçamentais na Defesa. Dez destes militares pertencem à Força Aérea, enquanto que os outros três são da Armada.
Treze militares ficaram a braços com processos disciplinares por terem participado no "passeio do descontentamento" de há um mês contra os cortes orçamentais na Defesa, indicaram os dirigentes associativos do sector.
Um dos militares alvo de um processo foi o presidente da Associação Nacional de Sargentos, que não ficou surpreendido com o facto de quem «ousou dizer não a este Governo que cegamente pretende impor, por teimosia política, determinadas matérias» estar na «linha de fogo».
«Estamos tranquilos, com a tranquilidade própria, de quem sabe não ter incumprido qualquer procedimento disciplinar», afirmou Lima Coelho, que confirmou que as «defesas foram entregues» e que por isso espera o desenrolar normal do processo.
Lima Coelho, que não quis fazer grandes comentários sobre este processo, sublinhou, contudo, que «este Governo não tem pugnado por ajudar a encontrar as soluções para estas matérias, pese embora tente passar uma imagem de resolver problemas».
Em comunicado, a Comissão de Oficiais, Sargentos e Praças na Reserva e Reforma classificou estes processos disciplinares como «acções inquisitoriais, atitudes de perseguição e intimidação dos militares e métodos pidescos».
O comunicado acrescenta que a «operacionalidade, a disciplina e a coesão das Forças Armadas nunca foram postas em causa», tendo a Comissão apelado à intervenção do Presidente da República para «pôr cobro» ao que considera serem «desmandos governativos».
Segundo os dirigentes associativos, ficaram com processos disciplinares dez sargentos da Força Aérea, incluindo Lima Coelho, bem como dois sargentos e um oficial no activo da Armada, estes três pertencentes à Base Naval do Alfeite, em Almada.