Na Câmara de Lisboa, o número de funcionários per capita é o dobro da relação registada em Madrid ou Barcelona, segundo um estudo elaborado pelo geógrafo João Sanches, que regista ainda outros problemas na autarquia. Entre eles estão as faltas injustificadas, a baixa instrução de grande parte dos funcionários e a organização executiva.
Na Câmara de Lisboa, o número de funcionários per capita é o dobro da relação registada em Madrid ou Barcelona.
Quer isto dizer que, enquanto a Câmara de Lisboa tem dez trabalhadores por cada mil habitantes, Madrid tem cinco. No Porto, esta relação é de sete trabalhadores por cada mil habitantes.
Este é um dos aspectos vincados numa investigação/tese de doutoramento do geógrafo João Sanches, que regista ainda outros problemas na maior câmara do país.
As faltas injustificadas, a baixa instrução de grande parte dos funcionários e a organização executiva da câmara são as condições que, a par do número de trabalhadores, tornam a autarquia de Lisboa praticamente ingovernável e prestadora de mau serviço.
Em 2004, dez por cada cem funcionários faltaram sem apresentar justificação. No caso dos dirigentes, a média baixou para nove.
Por outro lado, quase metade dos trabalhadores apresentam um índice de escolaridade baixo ou muito baixo, o que, conclui o estudo, ajuda a explicar a contratação de serviços fora da autarquia.
Nesta tese, João Sanches propõe que sejam substituídas as autarquias por distritos urbanos. Uma estrutura de organização que, para o investigador, ajudaria a administrar a cidade.
A tese deste geógrafo apresenta uma autarquia com 12 mil funcionários, 300 departamentos e mais de 50 freguesias.