O rei Salman ordenou que fosse "permitido entregar cartas de condução às mulheres na Arábia Saudita".
É uma grande mudança social que se anuncia na Arábia Saudita, um país ultra-conservador que segue a lei islâmica, o único país do mundo que proibia as mulheres de conduzirem.
Várias campanhas foram feitas a favor desse direito, mas sempre sem sucesso, a pretexto de que as mulheres "com um carro nas mãos estariam expostas ao mal".
Por decreto, o rei saudita veio agora autorizar a entrega de cartas de condução às mulheres, acrescentando que elas não precisam da permissão de um tutor legal para terem a licença, nem de um guardião no carro quando estiverem a conduzir.
Pela lei saudita, a mulher é obrigada a ter sempre um guardião do sexo masculino,
seja o marido ou algum membro da família. É esse guardião que decide se a mulher pode estudar ou trabalhar, ou abrir uma conta bancária; se pode casar ou viajar, ou até mesmo submeter-se a algumas cirurgias.
O decreto real está publicado, mas a mudança só vai acontecer a partir de junho do próximo ano. O embaixador da Arábia Saudita nos Estados Unidos já veio dizer que esta alteração representa uma grande "mudança social", mas deve também ser vista como "uma parte das reformas económicas do país".
Conduzindo o seu próprio carro, as mulheres terão meio caminho andado para trabalharem fora de casa, sem precisarem de contratar um motorista particular.