O mau tempo que se está a abater sobre o mar Negro, onde se verificam rajadas de 180 km/h e ondas de seis metros, já foi responsável pelo afundamento de cinco navios, todos com cargas poluentes a bordo. Outros três estão em dificuldades.
Cinco navios, todos com cargas poluentes a bordo, afundaram-se na sequência da ondulação e ventos fortes que se estão a abater a região do Mar Negro, estando outros três navios em situação crítica.
Na madrugada de domingo, um petroleiro partiu-se em duas partes, tendo derramado uma grande parte das quatro mil toneladas de combustível que transportava, tendo, no entanto, toda a tripulação do VolgaNeft-139 sido salva.
Mais tarde, também no porto russo de Kavkaz, situado no estreito de Kerch, que liga os mares Negro e de Azov, afundaram-se outros dois navios, que transportavam enxofre.
A tripulação do Volnogorsk ainda foi salva, contudo, apenas três dos 11 marinheiros do Nakhitchevan se conseguiram salvar, estando os outros oito membros da tripulação desaparecidos.
Noutra região do Mar Negro, junto ao porto ucraniano de Sebastopol, afundou-se um cargueiro, que transportava sucata do Mariupol, na Ucrânia, para a Síria, com apenas dois dos 17 marinheiros a terem chegado a terra.
Perto de Sebastopol encontra-se outro navio em dificuldades, o Kobel, que transporta enxofre, e que também está em vias de se afundar, estando ainda a tentar salvar a sua tripulação.
Também nesta área está à deriva uma outra barcaça, a Demetra, que transporta três mil toneladas de resíduos de petróleo, e que está a ser empurrada pela corrente para uma praia.
Há ainda notícia de um cargueiro russo que deu à praia na Crimeia, no sul da Ucrânia, tendo a sua tripulação sido salva, e de outros dois cargueiros, um turco e outro russo, que encalharam em bancos de areia junto ao porto de Novorrossisk.
Perante esta situação, uma organização ecologista russa já adiantou que esta «é uma das maiores catástrofes na Rússia nos últimos anos», uma catástrofe que custará vários milhões de dólares e que será recuperada em nunca menos de um ano.
«O derramamento de petróleo é um grande problema, mas é ainda mais grave a carga de enxofre que se afundou. A dimensão do prejuízo ecológico depende das operações do Ministério para as Situações de Emergência, mas, em qualquer dos casos, trata-se de uma séria catástrofe ecológica», acrescentou Vladimir Slivak, vice-presidente da Eco-Defesa.
A forte tempestade que se está a fazer sentir no Mar Negro e que ainda não permitiu o início das operações de limpeza está a provocar rajadas de vento na ordem dos 180 km/h e ondas até seis metros.