Há 5 anos, na costa da Galiza, o petroleiro Prestige começava a derramar milhares de toneladas de fuel. A 19 de Novembro, o barco partiu-se em dois agravando a maré negra. Os voluntários que participaram na remoção de crude, sem qualquer protecção, continuam a ser observados pelos médicos.
Quase 400 mil voluntários ajudaram, há cinco anos, nas operações de limpeza das praias, sujeitando-se a perigos que ainda hoje estão por determinar em toda a extensão.
Os equipamentos de segurança que utilizaram não eram os adequados. No hospital da Corunha, continuam sob vigilância muitos desses voluntários.
A TSF falou com um voluntário catalão que ficou conhecido por uma troca de palavras mais azeda, que travou com o rei Juan Carlos, queixando-se das condições de trabalho dos voluntários.
José figueiras explicou que ia para Santiago quando soube da maré negra do Prestige: «Quando cheguei à costa, vi um grupo de voluntários a trabalhar sem protecção nenhuma, apenas com as suas roupa. Uma situação patética».
Mesmo assim, José figueiras juntou-se à população e trabalhou dias a fio na remoção do crude. Quando um dia o rei Juan Carlos pisou o areal e perguntou como estavam a correr os trabalhos de limpeza, José figueira não hesitou em protestar.
«Disse que éramos voluntários e que não tínhamos nem máscara nem equipamento de segurança, e disse que o exército não deve ser só para as guerras e devia estar aqui», recorda o catalão.
Mas ao contrário do que esperava, o rei não ficou indiferente, e tratou de falar com o governo para fornecer aos voluntários máscaras e outro equipamento.
José figueiras tornou-se uma espécie de herói daquela maré negra, e acabou por ficar seis meses na Galiza. Pouco depois criou os Voluntários Sem Fronteiras.