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Incêndios tiveram origem em queimadas ilegais

A maioria dos incêndios que deflagraram nas últimas semanas no Norte do país teve origem em queimadas ilegais feitas por populares e transformaram o mês de Outubro no pior dos últimos anos. A revelação foi feita, esta terça-feira, pela Protecção Civil.

O comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) afirmou que «as queimadas têm de ser feitas com autorização das câmaras municipais», sublinhando, no entanto, que «a grande maioria, mais de 90 por cento, estão a ser feitas ilegalmente».

Gil Martins disse que nos três distritos mais afectados pelos incêndios nos últimos tempos - Viana do Castelo, Braga e Vila Real - as autarquias receberam muito poucos pedidos de autorização para realizar queimadas.

«Na Câmara de Cinfões, por exemplo, já foram dadas mais de 300 autorizações para realizar queimadas até ao final do ano. Mas há autarquias que têm três ou quatro pedidos», afirmou Gil Martins.

As condições climatéricas - temperaturas elevadas e pouca humidade - fizeram com que algumas zonas do país ainda sejam consideradas de «risco elevado», situação que proíbe a realização de queimas.

No entanto, de acordo com Gil Martins, a maioria dos incêndios são resultantes das queimas de sobrantes agrícolas e queimadas para renovação de pastagens naturais.

Os meses de Outubro e Novembro «registaram um acréscimo muito significativo de ocorrências» quando comparado com igual período dos últimos cinco anos.

Só entre 15 de Outubro e 11 de Novembro foram registadas 4.580 ocorrências, tendo ardido 5.154 hectares de terreno.

O elevado número de ocorrências para a época do ano tem dificultado a mobilização constante de meios humanos, tendo obrigado a destacar para o Norte equipas de outras regiões.

«Os corpos de bombeiros têm os seus dispositivos normais, mas foi necessário enviar 586 elementos de combate», referiu também aquele responsável da Protecção Civil.

Redação