A Empresa de Meios Aéreos (EMA), a que pertencia o helicóptero que se despenhou no sábado em Melgaço, assegura que o piloto morto no acidente tinha dez vezes mais treino em combate a incêndios do que exigido por lei.
Num comunicado emitido esta terça-feira à tarde, aquela entidade estatal especifica que o comandante José Abreu, 43 anos, que pilotava um helicóptero Ecureil B3, tinha feito 42 largadas de água em combate a incêndios.
Este esclarecimento da EMA surge depois de o jornal Público ter noticiado hoje, em manchete, que o piloto nunca tinha combatido incêndios, citando um responsável de uma empresa onde trabalhara.
Além daquelas descargas, José Abreu terá feito outras 46 em treino, dez vezes mais do que as quatro mínimas exigidas pelos regulamentos do sector, ainda segundo a EMA.
O piloto, que morreu quando o helicóptero caiu ao preparar-se para fazer uma largada de água sobre um incêndio, fora «submetido a um rigoroso processo de recrutamento, tendo-se concluído que tinha a formação e a experiência necessárias ao desempenho das suas funções», assegura a empresa.
«Tinha 900 horas de voo, das quais 750 em helicóptero», acrescenta a nota de imprensa da EMA.
Para apurar as causas do acidente, estão a decorrer dois inquéritos: um realizado pelo Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC), por despacho específico do Governo, e outro pela Inspecção-Geral da Administração Interna.