O ministro da Trabalho e da Solidariedade afirmou esta terça-feira que nas actuais condições, o Governo não pode mediar o conflito entre os trabalhadores da Valorsul e a administração, sublinhando que duvida da «boa-fé» dos trabalhadores.
Na segunda-feira, uma delegação de trabalhadores da Valorsul esteve no gabinete do primeiro-ministro, reunido com o assessor de José Sócrates para os assuntos laborais e sociais, pedindo a ajuda do Governo para que fosse «mediador» neste conflito com a administração da empresa.
Hoje, em resposta a esse pedido, o ministro da Trabalho e da Solidariedade, disse que, nas actuais condições, o Governo não pode, de modo algum, mediar este conflito.
«Eu duvido que as condições que, neste momento, prevalecem na empresa, bem como as formas como a greve está a decorrer, sejam uma contribuição de boa-fé para a promoção desse diálogo», disse.
Entretanto, o jornal Público online avança que os trabalhadores da Valorsul vão apresentar uma queixa-crime contra o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, por causa dos incidentes ocorridos ontem com a GNR à porta do aterro de Mato da Cruz.
Em reacção, o sindicalista Delfim Mendes mostrou-se desagradado com as declarções do ministro, defendendo que, se não existe boa-fé neste processo, não é certamente da parte dos trabalhadores da Valorsul.
«Da parte dos trabalhadores, houve sempre disponibilidade negocial, declarámos a greve dentro do quadro legal; portanto, não percebemos porque é que o ministro diz que não há boa-fé», defendeu.