O comandante distrital da protecção civil de Setúbal, Alcino Marques, confirmou que o pilar e a viga dos pisos superiores do prédio afectado pela explosão de gás estão «a deformar».
Ainda há o risco dos últimos três pisos do prédio ruírem. O comandante Alcino Marques afirmou que se verificou um deslocamento.
«À vista desarmada percebemos uma evolução negativa, a viga que está solta e o pilar estão a deformar. Estamos a fazer uma monitorização da evolução da situação para ver se é preocupante», disse aos jornalistas.
Segundo Alcino Marques, a situação «não é famosa, em termos de perigosidade», mas está garantido que o escoramento vai estar concluído nas próximas horas, o que dará «outra garantia para evitar uma eventual derrocada do edifício».
Entre o 6º e o 9º piso, estão a ser colocados 20 pórticos com capacidadade para 20 toneladas cada, «porque em caso de derrocada dos três últimos pisos, estes pórticos vão evitar o efeito de dominó».
Alcino Marques adiantou aos jornalistas que nesta altura o 10 º piso está a suportar um peso para o qual não foi concebido.
«O 10º piso está suportar duas lajes que ruíram a montante, além do peso dos escombros, carga para a qual as suas vigas e lajes não foram calculadas», disse.
Os trabalhos que estão em curso, que vão prosseguir durante a noite e o dia de domingo, até acabar os ecoramento, não evitam a derrocada dos três pisos superiores.
A estrutura não evita que a parte superior se possa desagregar, mas evita que aconteça o «efeito de cascata» e que sejam afectados os pisos inferiores, disse o responsável da protecção civil.
Nesta altura os moradores estão impedidos de entrar no prédio por questões de segurança e falta de electricidade.
Cerca de 40 pessoas já foram ao prédio acidentado, até às 16:00 deste sábado, recolher alguns dos seus pertences. A operação foi suspensa devido à aproximação da noite e porque se desconfiou da oscilação da viga do prédio.
Além da empresa responsável pelas obras, do comando da protecção civil e bombeiros, estão no local do sinistro as forças de segurança, que vão manter o perímetro de segurança em redor do prédio.
«Todas as portas foram rebentadas e a polícia tem um papel fulcral para evitar furtos. Em caso de derrocada, o que não queremos que aconteça, este perímetro garante também mais segurança aos transeuntes», disse Alcino Marques.
O responsável da protecção civil de Setúbal acredita que em caso de derrocada os prédios vizinhos não correm risco do ponto vista estrutural.