vida

Médicos entregam lista de reivindicações

Os 20 médicos demissionários do hospital de Faro entregaram, esta segunda-feira, à administração a lista definitiva das reivindicações que pretendem ver satisfeitas e esperam agora uma resposta nos próximos dias.

A lista de reivindicações centra-se na necessidade de reforçar o quadro de médicos e na melhoria das condições de atendimento.

No primeiro ponto os 20 chefes de equipa de medicina interna demissionários querem ver transferidos para outros serviços os doentes que se «apinham» na urgência.

Segundo a porta-voz do movimento, a médica Ana Pimenta de Castro, o serviço de medicina interna é o que tem mais carências e funciona quase com metade das camas necessárias.

«Pedimos no mínimo mais 40 camas de medicina interna a médio prazo, sendo urgentes pelo menos mais 20 a curto prazo», afirmou.

A médica salientou também a indispensabilidade de redistribuir as «as camas pelas várias especialidades consoante a taxa de ocupação média».

«Há vários serviços, nomeadamente de ortopedia e cardiologia, que têm taxas de ocupação de cerca de 60 por cento ou menos. Hoje recebi o 'banco' com 40 e tal doentes à espera de vaga, desses cerca de 35 são de medicina interna», explicou.

Para que o problema seja resolvido os especialistas propõe um alargamento deste último serviço para pisos superiores que não estão a ser utilizados, pedem também que os doentes há muitos meses internados no hospital possam ser transferidos para unidades de cuidados continuados.

O segundo ponto do documento refere a necessidade de mais recursos humanos. No período diurno da urgência deviam estar de serviço pelo menos três médicos de medicina interna, no nocturno dois, mas esta situação está longe de ser realidade.

«As nossas equipas estão a ser feitas sem seguir as recomendações. Na sexta-feira eu que sou especialista há pouco mais de um ano, estava com dois internos, médicos em formação, em que tenho de estar a ensinar. Felizmente correu tudo bem, mas estamos sempre com o coração nas mãos», disse.

Os médicos pedem igualmente mais meios técnicos e garantem que não voltam atrás no pedido de demissão.

«Não retiramos o pedido de demissão, quando muito que façam novas nomeações, mas só as aceitamos se tivermos a autoridade e os meios necessários para funcionar com o mínimo de qualidade», salientou.

A decisão está tomada e as exigências feitas. A administração do hospital de Faro promete uma resposta para os próximos dias depois de analisar o documento que lhe foi entregue.

Redação